Geralmente ficamos apavorados quando a rotina de nossos hábitos é quebrada por uma situação inesperada e quase sempre nem percebemos que o que parece ser o fim do mundo pode na verdade ser uma ótima oportunidade de crescer e se desvencilhar do peso do passado. Ter medo de mudanças é temer o desconhecido, o incerto, a morte, uma separação, uma mudança para uma cidade estranha.

Resumindo, medo de aceitar uma nova realidade. Não importa o tamanho da mudança que a vida está propondo, abandonar o velho onde você se sente seguro e se abrir para o novo é quase sempre assustador. A forma de como vamos lidar com isso é o que faz a diferença. Penso que só perdemos o que não nos serve mais, o que não se encaixa mais no presente. As mudanças são assustadoras, mas são também impulsionadoras. Sem elas não existe crescimento. No entanto, o medo chega arrasando nossas certezas e minando nossa autoconfiança nos fazendo temer o pior. Sentir medo é natural, mas quando ele nos coloca em uma situação de estagnação, é sinal de problemas. Podemos fugir ou reagir, não existe mais opções. Está em todas as teorias psicanalíticas e em todos os discursos dos sábios, no I Ching, a mesma coisa: mudanças sempre são para melhor.

Acho muito chato ficar brigando para manter o que não está bom pelo simples fato de imaginar que o que nos espera mais à frente pode não ser bom. Como vamos saber se não arriscarmos? Não somos mais crianças e temos meios para lidar com o novo sem borrar as calças. Temos força para afastar de nós os pensamentos derrotistas e acreditar em nossa capacidade de plantar um novo e belo destino em nossas vidas.

Tem as meias mudanças também. Normal você ter um chefe ordinário, ignorante, inculto, que se acha o dono da verdade e vive disparando dardos de imbecilidade e atitudes coronelistas pra cima dos subordinados. Você fica o tempo todo se remoendo de vontade de apontar aquele dedo mais longo das mãos e dizer a célebre frase de sempre. Bom... Sabe que não pode fazer isso. Passe a ignorar e construa uma barreira invisível para impedir que sua jornada de trabalho seja um saco de sal. Ouça o que presta e ignore o que não presta. Mude sua atitude e não absorva o inútil. Manter o bom humor e não se influenciar é uma atitude nobre e impagável.

Resgate os projetos pessoais, faça algo pela sua vida.

Zélia Goldfeld escreveu em seu livro “Encontros de Vida” a seguinte frase: “Viver é isso. É aceitar os limites e se dar novos objetivos”.

A diferença entre os vencedores e os perdedores está na atitude mental. Os vencedores também sentem medo, mas confiam, arriscam, pedem socorro e aceitam sem culpar ninguém as mudanças da vida.
O que passou, passou. O que não está bom precisa ser mudado e quem não te ama não te merece. Retome a conexão com o presente e tente aderir às mudanças de cabeça erguida, atento às oportunidades e as coisas boas da vida.

Vai lá no fundo do seu coração e faça como fazemos em nosso PC: separe em um cantinho qualquer, tudo que não serve mais para sua vida, selecione tudo e apague.
Crie coragem, aperte a tecla Delete.

Antonio de Padua (Padinha) - Fotógrafo, diretor do site O Click e colunista nas horas vagas!
Instagram: padinha_oclick

Em 2016 gravamos uma versão compacta e adaptada deste texto para vídeo, com a participação de Yasmim Santos. Quem quiser conferir, aperte o play!