Por Regina Racco

O orgasmo é uma experiência pessoal e intransferível. Pode ser vivido pelos dois ao mesmo tempo, mas mesmo assim mantendo a sua característica individual.

Cantado em verso e prosa, usando-se todas as formas líricas e os meios de disfarce para ocultar seu nome. Mas é o orgasmo, a explosão do desejo em seu ápice de prazer. Mas a mesma literatura que coroa o orgasmo e o apresenta como um fim glorioso a uma crescente excitação, também é a grande responsável por alguns enganos que induzem algumas pessoas ao erro.

Converso com muitas mulheres em função de meu trabalho e via de regra, ajudo a algumas de forma surpreendente. Para a maioria que me apresenta o problema, não existem dúvidas de que nunca alcançaram o orgasmo.

Conversamos por um tempo e descubro que muitas “sabem” tudo sobre o orgasmo, leram e se informaram e estão à espera da “explosão maravilhosa que suprime o raciocínio, jogando-as em um vórtice de luz e movimento que sobe em espiral, deixando-as totalmente exaustas e felizes”.

E enquanto esperam pelo orgasmo anunciado, não se conformam com a sensação que vivenciam sempre que se relacionam que é gostoso, satisfaz, sentem-se plenamente realizadas e felizes, mas não é orgasmo, disso elas tem certeza absoluta, afinal leram tudo a respeito!

Disse e repito que o orgasmo é singular. Assim como as digitais. Vivido de forma pessoal e além disso, quase nunca de forma idêntica ao anterior. Para cada encontro, um final. Essa rica diversidade de sensações é o que torna o encontro amoroso tão especial e importante para todos nós.

A percepção correta de nosso orgasmo, e o meio pelo qual poderemos realmente entender o que se passa com nosso corpo nos vem através da total descontração.

Jamais chegará ao orgasmo a mulher que ficar à espera do orgasmo.

O que realmente importa é sentir-se bem com o que se está fazendo naquele momento. São momentos especiais onde duas pessoas se entregam ao prazer de estarem juntas. E esse prazer que deve ser vivido na integra, sem expectativas. Assim se chega ao orgasmo, não somente ao físico e sim a uma experiência maior, a sensação de unidade envolvendo a ambos, como se verdadeiramente pudessem ser apenas um...

Essa sensação que alguns amantes sentem não é uma forma de orgasmo?

Eu diria que sim e mais: Essa é uma sensação que transcende ao plano físico.

Agora que sabemos que o orgasmo nos apresenta sob várias formas, saber se experimentamos uma ou outra forma dos milhares que existem é fácil:

Terminou seu encontro amoroso revigorada, de bem com a vida, sentindo seu corpo leve?

Então o prazer esteve presente nesse encontro, sem sombra de dúvidas.

E já que falamos às mulheres, falaremos também aos homens: Houve um tempo em que a palavra orgasmo se referia unicamente ao prazer da mulher, quando se falava de homens, usava-se a palavra ejaculação para apontar o seu momento de intenso prazer na relação, mas hoje se sabe que o orgasmo e a ejaculação não são a mesma coisa e que podem ser dissociados, assim, um homem que estiver atento ao seu corpo e que treine seu controle, poderá experimentar orgasmos secos e até mesmo multi orgasmos, ejaculando apenas no momento que determinar.

A liberdade que o homem que pratica essa nova forma de fazer amor conquista é realmente impressionante. Essa é à base do sexo tântrico, onde ambos, envolvidos pelo prazer do encontro, aproveitam intensamente o que vivem. Por esse motivo, pelo prazer intenso que ambos vivenciam é que normalmente esse encontro perdura por horas.

Basta a ambos, homens e mulheres, deixarem de lado a cobrança de que todo encontro amoroso tem que obrigatoriamente terminar em um estupendo orgasmo e viver com satisfação todo o prazer que acontece no decorrer desse encontro. Essa sim é uma fórmula de felicidade possível, real e maravilhosa.
Experimentem!

Regina Racco é Terapeuta Corporal e professora de pompoarismo, trabalha com a técnica de fortalecimento muscular genital pompoar desde 1991.
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