Por Regina Racco

Quem tem? Alguém deve ter! Tem que ter! Não aceito que seja EU a verdadeira culpada pelo meu sofrimento! Assim começa o desabafo que estou lendo. Em linhas gerais, o que acontece é que, depois de alguns anos de felicidade (?) no casamento, a minha amiga me escreveu contando que está pesando 130 quilos. Sente-se feia e carente. O marido já não a procura e sua família a culpa, acusando-a de não ter força de vontade. Ela, por sua vez, culpa o marido que, a desprezando, acabou por empurrá-la para a compensação gastronômica.
Respondo que precisa, antes de tudo, de socorro especializado. Deve procurar um médico e apoio psicológico. Digo (e acredito!) que tudo ficará bem. Para ela, com certeza, que está procurando ajuda. Mas, e você? Está caminhando para isso? Está infeliz e procura, na bebida ou nos alimentos ou mesmo nas drogas, a compensação pelo que está passando? Acorde!

Essa atitude é perigosa e sempre descobrimos o tamanho do buraco em que nos enfiamos quando estamos em um estágio que nos será penoso sair. Não perca tempo! Comece pelo mais difícil: entender que é totalmente inútil procurar culpados pela nossa insatisfação. Somos os únicos responsáveis, não culpados e, sim, responsáveis, pela nossa felicidade, pela nossa alegria e pelas nossas dores.

Difícil, sim, porque é sempre mais fácil culpar os outros. Mas será justo? Sempre digo que temos um modo estranho de amar. Costumo dizer que o amor, para algumas pessoas, se resume no refrão da música que diz "... sem você, meu amor, eu não sou ninguém!" Para você é assim? Saia já daí! Não é justo com a pessoa que você ama, e ela, possivelmente, nunca será capaz de gerir sua total satisfação.

Você quer ser amada? Ela também! Quer um colo quentinho? Ela também. Quer alguém que possa satisfazer seus mais secretos anseios? Ela também. Aliá, essa história de anseio secreto é uma armadilha para nós mesmos. Como podemos exigir que nosso parceiro ou nos satisfaça, se, de tão secreto, esse anseio chega a ser desconhecido até mesmo por nós? Parece loucura? É o que acontece com muita gente. E aí vem a compulsão, o sofrimento na calada da noite, a comida excessiva, os quilos da insatisfação...

A boa nova é que o oposto é verdadeiro! No momento em que tomamos nossa vida pela mão, que passamos a entender que não existem culpados pelo nosso sofrimento porque, se alguém ou alguma coisa me atinje, é porque PERMITO, ou seja, sou o responsável pelo que estou passando agora. E, sendo assim, tenho que procurar, dentro de mim, a força necessária para mudar o jogo, chutar o pau da barraca, desmontar o esquema que me aprisiona, sacudir a poeira e sair da fossa cantando em nagô, como dizia o Poetinha.

Amar, sim! Incondicionalmente, passando por cima de meus sentimentos e provocando tristeza e insatisfação íntima, não! Porque ninguém merece isso, nem eu nem a pessoa que amo e quero ver feliz! Essa é a hora! Levante-se! Abrace-se! Sim, abrace-se e diga: "Eu me amo e me respeito! Sou a principal responsável pela minha história, quero ser feliz e vou trabalhar para que isso aconteça!" Mas não é fácil... Eu sei que não, mas é o único e verdadeiro caminho.

“Conheça a verdade, e ela vos libertará!” Essa é a proposta. Somos responsáveis por nós mesmos! E, Graças a Deus, que seja assim. Nossa vida e felicidade são bens preciosos demais para ficar entregue à outra pessoa. E se tomamos as rédeas de nossa vida, com certeza seremos mais felizes!

Ouse acreditar e tudo se transformará. Não espere que aconteça, faça acontecer, seja o agente de transformação, não esquecendo que esse sonho/realidade deve ser de ambos, portanto: Mãos à obra!

Regina Racco é Terapeuta Corporal e professora de pompoarismo, trabalha com a técnica de fortalecimento muscular genital pompoar desde 1991.
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