Por Regina Racco

A história é real (os nomes como sempre não são citados para preservar o anonimato).

“ O que fazer quando a esposa direciona quase todo o seu tempo
à sua mãe; Não trabalha fora para que a mãe possa trabalhar. Sempre que a mãe tem que ir a algum lugar é ela que acompanha. O pai é vivo, saudável,mas não gosta de acompanhar a esposa. Minha esposa dispensou várias proposta de emprego porque a mãe dela achou pouco o salário. Ela só se recolhe quando a mãe vai dormir e muitas vezes já estou dormindo; Sou trabalhador, não bebo, não fumo, sou fiel, gostaria muito de alugar uma casa mas meu salário é pouco. Mas se minha esposa trabalhasse seria possível. Estou quase chutando o balde. Desde já agradeço.”

Li o desabafo acima de meu leitor e enquanto lia, imaginei o quanto sofre. Sua dor, essa é real e incomoda mesmo. Problemas como esses acontecem quando por motivos financeiros ,principalmente, casais dividem o lar com familiares.

Conviver não é fácil, e olhe que estou falando da convivência à dois! Amamos a pessoa que está ao nosso lado e é um grande prazer dividir o nosso espaço, mas mesmo assim, os conflitos acontecem. São dois seres humanos diferentes que se atraíram e constituíram uma família, mas que nem por isso perderam suas individualidades o que gera atritos que precisam ser resolvidos.

Estou falando na vida a dois, multiplique agora isso por todos os elementos que convivem em uma mesma casa, quando o casal divide o espaço. Primeiro: Quem se ama são os dois, não os outros que estão à volta e que foram colocados nessa posição na maioria das vezes para ajudar ao casal. Na melhor das hipóteses todos se estimam e isso é bom, mas se com muito amor problemas ocorrem, imagine então nesse caso. Falo de forma geral, mas na vida de meu leitor então, soma-se ainda o apego filial que faz com que a esposa acabe por dedicar um tempo excessivo (opinião dele) à sua mãe.

Acho que se existe amor, tudo é possível. O meu conselho não poderia ser outro senão o diálogo. Fazê-la entender que ambos têm uma vida inteirinha para ser vivida. Um futuro para construir e que esse esforço precisa ser dos dois. Diga que entende seu amor filial, mas que deseja muito sua companhia e que sente a sua falta ao seu lado antes de adormecerem, que gosta de acariciá-la e que esse momento somente dos dois o alimenta para o dia seguinte, quando a rotina recomeçará e que irão ficar separados durante horas!

Não a culpe pelo tempo dedicado à mãe, exija com carinho o seu tempo. Traga-a para os seus planos de futuro. Quem sabe você não se tenha calado, não sei, mas é possível que sim, afinal, talvez você esteja se sentindo desconfortável por estar vivendo na mesma casa dos pais dela, esse sentimento é absolutamente normal, não é fácil a sua situação, por mais liberdade que tenha vocês não estão “em casa”.

Entenda porem que quem está vivendo essa realidade é você, sua esposa se sente em casa. Fazendo o que sempre fez. Não sei há quanto tempo estão casados, mas suponho que não deve ser muito.

Sonhe com sua casa e tudo que irá fazer quando estiver nela. Sua casa terá que existir antes em sua imaginação é assim que se faz sonhos se tornarem realidade. Quanto maior for a sua vontade, mais rapidamente acontecerá, acredite. Mas não sonhe sozinho. Traga sua esposa para essa criação mental, junto. Falando de como vai ser bom quando puderem finalmente gozar de liberdade total. Não aponte os pontos negativos da situação atual, isso poderá agredi-la, fazendo com que ela o julgue mal agradecido por não entender o gesto de boa vontade dos pais que aceitaram que ambos permanecessem na casa deles, gesto esse, louvável e sei que você sabe disso. Mas, fale, fale muito do que irá fazer quando estiverem sozinhos, de como será bom decorar cada pedacinho do lar de ambos. Poderão se amar livremente, em qualquer canto da casa...

Talvez ela ainda não tenha pensado nisso, cabe a você falar. E quem sabe vocês não possam sonhar com uma casa pequena, que caiba no orçamento? Mostre a ela que se estiver trabalhando, mesmo ganhando pouco, esse sonho pode estar mais perto do que imagina!

Meu amigo... Amigos que por ventura estejam vivendo uma história parecida... Saibam que tudo é possível a quem ama e que falar é indispensável, insubstituível e que faz toda a diferença, não sonhem sozinhos ou pior, não percam o tempo precioso que vocês têm para criar uma realidade promissora, com pensamentos amargurados, o mundo está em movimento, cada minuto é a diferente do anterior.

Acredito nisso, vi isso acontecer na minha vida e vejo acontecer à minha volta. Não abra mão de sua felicidade, haja com discernimento e paciência. Ouse acreditar e tudo se transformará. Não espere que aconteça, faça acontecer, seja o agente de transformação, não esquecendo que esse sonho/realidade deve ser de ambos, portanto: Mãos à obra!

Regina Racco é Terapeuta Corporal e professora de pompoarismo, trabalha com a técnica de fortalecimento muscular genital pompoar desde 1991.
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