Por Regina Racco

Fantasias e fetiches sexuais sempre existiram. Povoando a mente dos amantes, por anos a fio, durante a hora em que faziam amor e, por não compreenderem realmente o que sentiam, terminavam a relação com um desagradável sentimento de culpa. Quem de sã consciência nunca se cobrou depois de uma ótima transa com a pessoa amada o fato de estar pensando em algo que nada tinha haver com ela? Para muitos essa prática acabava por gerar um sentimento ruim de traição. Quantas indagações: Se eu a amo, como posso ficar imaginando que estou com outras mulheres enquanto a possuo? O que há de errado comigo?

Junto a esse sentimento, outros. Serei normal? Gosto de coisas estranhas... Penso em coisas estranhas enquanto transo. Bem, essas indagações já fazem parte de um tempo passado. Hoje, com a abertura sexual que vivemos, sabemos que fantasias sexuais quase nunca estão relacionadas com insatisfação com nossos parceiros nem sequer devem ser consideradas uma aberração ou pecado, se não se pode com elas, junte-se a elas!

Isso mesmo! Você fantasia enquanto transa? Ótimo! Solte a sua imaginação e na medida do possível, converse com sua parceira sobre isso. Já parou para pensar que muitas fantasias podem ser realizadas?  Se sua parceira aceitar e entrar no "clima", pode ser bastante satisfatório. O que deve prevalecer, nesse caso, é a aceitação dela e a escolha das fantasias. O bom senso está em pesar e dosar bem o que se  deseja fazer.

Entre as fantasias sexuais estão as práticas sadomasoquistas. Sadismo é ter prazer com o sofrimento do outro, masoquismo é sentir prazer com seu próprio sofrimento, ou sadomasoquismo, como o nome diz, sentir e provocar dor para fins de prazer. Sempre parto do princípio que o que um casal pratica em sua vida amorosa é de exclusiva responsabilidade deles, e eles são livres para viver, em toda plenitude, seus sentimentos e desejos.

Alerto, porém, para o fato de que, por nada desse mundo, devemos forçar ou coagir alguém a fazer algo que não deseja. Respeitando-se isso, viver as fantasias é muito saudável e pode representar uma boa dose de ânimo e maior prazer no relacionamento. Pense nisso, solte a imaginação! O melhor sexo é aquele que se pratica com a alma liberta, são os nossos verdadeiros momentos íntimos em que não estamos vivendo oprimidos pelo dia-a-dia e as cobranças inerentes a nossa vida diária.

Portanto, quanto melhor vivermos os nossos momentos íntimos, maior a carga de energia e bem-estar que estaremos acrescentando ao nosso corpo e a nossa mente. Seja criativo e amoroso, traga mais diálogo, alegria e imaginação para o seu relacionamento. Se ela reluta, tem medo do novo ou fica insegura em viver novidade na relação, conquiste-a, redobre sua atenção, tenho certeza de que, logo vocês estarão vivendo um clima novo de grandes sensações e prazer intenso.

Falei nessa primeira parte para os homens, em uma segunda matéria estarei falando para nós, mulheres, porque esse assunto é extenso e envolvente. Comece a criar e incentive-a a fazer o mesmo, conheçam brinquedos eróticos, falaremos aqui sobre eles, pois existe um universo de possibilidades para vocês descortinarem. Lembre-se: Liberte-se e viva o novo!

Regina Racco é Terapeuta Corporal e professora de pompoarismo, trabalha com a técnica de fortalecimento muscular genital pompoar desde 1991.
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